“…a gente se assusta com o excesso de doçura do que é isso pela primeira vez…” (Clarice Lispector)
“Mas então aconteceu,
Não serve falar.
O silêncio entre eu e você
Nunca teve um significado.
Havia, amá-lo, eis tudo
O que se pedia.
Mas então aconteceu
Não existem palavras que falem de ontem,
O desespero me fez o mesmo,
Me fez um outro (…)”
(Gianluca Manzi)
*Livremente inspirado no livro “Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres”, de Clarice Lispector.
Meu trabalho fala disso, com delicadeza, eu espero:
De duas pessoas, se aproximando uma da outra.
Ou de duas pessoas se aproximando de si mesmas.
Ou, ainda, de duas pessoas se aproximando uma da outra e de si mesmas.
Como preferir.
Fala também de imagens.
Das imagens que construímos de nós (e acreditamos).
Das imagens que construímos dos outros (e não acreditamos).
Ou vice-versa.
E fala de silêncios.
(Não cala silêncios, fala mesmo.)
Fala de coisas que não são ensinadas.
Mas que podem ser aprendidas. (Devem?)
Aprender de si, como se aprende uma dança: lançando-se no espaço, o corpo esculpindo o ar.
Aprender do outro, como se aprende uma dança: lançando-se no espaço. Os corpos esculpindo o ar, o mar.
Aprendendo os espaços como quem aprende uma dança.
Aprendendo uma dança como quando se aprende a amar.
Andréa Bardawil, 26/05/1999
Ficha Técnica Concepção e composição coreográfica – Andréa Bardawil Bailarinos – Márcio Slam, Isabel Botelho, Janahina Santos e Milton Paulo Figurino – Odysseia, Silza Freitas, Ruth Aragão Iluminação – Paulo Cesar Medeiros Música – Rogers – Hart – Chet Baker / Rogers – Hammerstein – Nina Simone Fotos – Tibico Brasil (Trabalho inicialmente apresentado no Colégio de Dança do Ceará)
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